Existem no Brasil, mais de 300 princípios ativos, cerca de 572 produtos técnicos e 1.079 agrotóxicos formulados no mercado brasileiro para o uso na agricultura, domissanitários e na saúde pública. Tornando assim, útil a classificação destes produtos (OPAS, 1997; SUCEN, 2000; MENDES, 2005; BRASIL, 2006).
E segundo SUCEN (2000), a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) do Ministério da Saúde e a Secretaria de Defesa Vegetal (SDV) do Ministério da Agricultura são os órgãos responsáveis por regular e fiscalizar a distribuição e comercialização desses produtos.
Classificação quanto às pragas que atuam
1 Inseticidas
São substâncias que possuem a ação de combater insetos e são divididos em quatro grupos distintos, conforme característica química: organofosforados, carbamatos, organoclorados e piretróides (OPAS, 1997; ITHO, 2002; MENDES, 2005; SANTOS et al, 2007).
2 Fungicidas
Como o próprio nome sugere, são agrotóxicos que combatem fungos. Atualmente há diversos fungicidas disponíveis no mercado. Os principais grupos são: etileno-bis-ditiocarbonatos, trifenil estânico, hexaclorobenzeno, compostos mercuriais e O-etil-S, S-difenilditiofosfato (LARINI, 1997; OPAS, 1997).
3 Herbicidas
Combatem ervas daninhas. Nas últimas duas décadas, este grupo tem tido uma utilização crescente na agricultura. Seus principais representantes são: paraguat, glifosato, pentacloofenol, derivados do ácido fenoxiacético e dinitrofenóis (OPAS, 1997).
4 Outros grupos importantes (LARINI, 1997; SUCEN, 2000):
- Rodenticidas (dicumarínicos): utilizados no combate a roedores.
- Acaricidas: ação de combate a ácaros diversos.
- Nematicidas: ação de combate a nematóides.
- Moluscicidas: ação de combate a moluscos, basicamente contra o caramujo da esquistossomose.
- Fundigantes: ação de combate a insetos, bactérias, fosfetos metálicos (fosfina) e brometo de metila.
- Escorpionicidas: utilizado no combate aos escorpiões.
- Vampiricidas: ação de combate aos morcegos.
Classificação quanto à toxicidade dos agrotóxicos
Esta classificação é feita a partir do poder tóxico que o agrotóxico possui. É uma classificação importante, pois permite determinar a toxicidade de um produto, do ponto de vista de seus efeitos agudos. No Brasil, o Ministério da Saúde é responsável por essa classificação (OPAS, 1997).
A verdade é que todas as substâncias químicas podem ser tóxicas que são determinadas pela dose que é absorvida ou que, de qualquer modo, são introduzidas no organismo (MENDES, 2005).
A Tabela 1 apresenta os diferentes grupos de perigo das substâncias químicas, a dose letal de 50% (DL50[2]comparando-as com as doses mortais, aproximadas, para o homem (OPAS, 1997).
Tabela 1 – Classificação toxicológica dos agrotóxicos segundo a DL50.
GRUPOS | DL50 (MG/Kg) | DOSES CAPAZES DE MATAR UMA PESSOA ADULTA | ||||
Extremamente tóxicos | = 5 | 1 pitada – algumas gotas | ||||
Altamente tóxicos | 5-50 | 1 colher de chá – algumas gotas | ||||
Medianamente tóxicos | 50 –500 | 1 colher de chá – 2 colheres de sopa | ||||
Pouco tóxicos | 500-5000 | 2 colheres de sopa – 1 copo | ||||
Muito pouco tóxicos | 5000 ou + | 1 copo – 1 litro |
De acordo com OPAS (1997) por lei, todos os produtos agrotóxicos devem apresentar nos rótulos uma faixa colorida indicando sua classe toxicológica (Figura 2).
Fonte: Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF).
Vale salientar que a classificação toxicológica reflete essencialmente a toxicidade aguda e não indica os riscos de doenças de evolução prolongada como, por exemplo, câncer, neuropatias, hepatopatias e problemas respiratórios crônicos (FARIA et al, 2007).
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